Quantcast
Channel: SHUGAMES !
Viewing all articles
Browse latest Browse all 151

The Legend of Zelda (NES)

$
0
0

Eu nunca consegui gostar de Zelda. E, mesmo todos esses anos vivenciando a emulação de diversos sistemas, não consegui terminar NENHUM jogo da série. Apesar do gênero (Action-RPG, por mais que digam que não é RPG) ser um dos que eu mais aprecio, não consigo, de forma alguma, dar andamento em qualquer jogatina que eu inicie sobre algum game dessa tão prestigiada série.

O que acontece? O que há de errado? Serei eu o problema por não gostar de uma série tão idolatrada salve salve no mundo gamístico?

Eis que, num estalo mítico (like always), resolvi pegar a coisa pela raiz e arrancar de uma vez por todas essa birra com Link e seus amigos. Resolvi pegar a sério logo no primeiro game da série, o lendário The Legend of Zelda, para Nintendinho.

O resultado disso é essa análise.... e não, não vai virar um retronado... ainda não...


Legend of Zelda inicia a saga de Link para salvar a princesa Zelda, raptada por Ganon. Mas, antes de ir atrás da moça, é preciso encontrar 8 partes de um artefato místico chamado Triforce, espalhadas por várias dungeons no enorme mapa do jogo. E é aí que entra um dos maiores diferenciais: o jogador é livre pra ir aonde quiser e quando quiser, diferente da maioria dos jogos nesse estilo. Se você quiser sair pelo mapa e ir direto à sétima dungeon logo de uma vez, saiba que é possível, só não é garantido sair vivo de lá...


a famosa frase e Link detonando alguns seres da areia...

Esse sistema de "open choice" é um dos chamarizes do jogo (não sei se a série toda é assim, pois, como eu disse, não sou conhecedor da franquia), pois dá uma liberdade tão grande que, num game como esse, onde indicadores são escassos (pra não dizer inexistentes), te deixam mais perdido do que cebola em salada de fruta. Claro, na época ninguém reclamava, estávamos acostumados a jogar qualquer pedreira, então, jogar um game onde o mapa mostra apenas sua localização atual, sem nenhuma outra informação, era usual e comum.


dentro de uma dungeon e fugindo de pedras
chaves são vitais no jogo

É fácil ficar perdido no primeiro game do Zelda. Pra isso, os produtores criaram o RADAR, um pequeno mostrador no lado superior esquerdo, que mostra a localização exata de Link, mas sem nenhum detalhe à mais. Por ele, por exemplo, dá pra traçar um mapa numa folha e ir acompanhando conforme se avança pelo mesmo. Eu fiz algo similar à isso para o Retronado do Golden Axe Warrior, do Master System, o que me ajudou muito. Como em Zelda é preciso visitar diversas dungeons, nada mais prático do que anotar tudo que já foi visitado em seu próprio mapa e evitar ficar andando a esmo.


aqui um senhor dá uma dica misteriosa
ao lado, um dos chefes que guarda um pedaço da Triforce

O visual do game é bastante convidativo. Existem pradarias cheias de areia, árvores em florestas suntuosas e planícies cobertas com rochas e montanhas, além de água, muitos rios e mares. Todo o cenário é repleto de seus perigos naturais e de inimigos prontos pra te dar muito trabalho. Link começa sem nada e, logo na primeira caverna, encontra sua fiel espada num monólogo pra lá de conhecido no mundo dos games. Nosso herói, quando está com a energia completa, solta um ataque mais poderoso que alcança inimigos à uma longa distância. Esse ataque é perdido assim que o jogador perde energia, mas pode ser recuperado ao encontrar corações ou uma fada  que completa a energia de Link.


encontrando fadas e a entrada de uma dungeon

A energia de Link pode ser aumentada encontrando-se corações maiores, que geralmente estão sob posse de chefes ou muito bem escondidos tanto no mapa quanto em dungeons. Além disso, equipamentos, escudos, armas secundárias, artefatos e novos apetrechos também fazem parte e ajudam o herói na trama. Todo tipo de equipamento faz algo de importante e deve ser testado nos mais variados cenários do jogo. As bombas, por exemplo, abrem buracos tanto em paredões rochosos quanto dentro de dungeons, muitas vezes revelando caminhos que levam à tesouros escondidos.

Falando em dungeons, as cavernas do jogo são, geralmente, os lugares onde a maioria dos jogadores acaba morrendo. Assim que conseguir o mapa da dungeon, perceberá que ele funciona de forma muito melhor do que no Overworld (área externa), mostrando a localização exata na sala onde Link está, o que ajuda muito em sua exploração. Os inimigos mais implacáveis são encontrados aqui também, o que faz total sentido, pois guardam um precioso pedaço da Triforce.

O visual dentro das dungeons remete à jogos como Gauntlet, cheios de labirintos e com alguns enigmas para serem resolvidos, como puxar blocos ou pisar em botões. Nessa versão em si os enigmas são bem mais simples, mesmo muitas vezes não dando indicação nenhuma de que eles existem, o que pode dificultar bastante em alguns momentos.

Por fim, a música. Não há muito o que se dizer, somente que o tema principal é um ícone dos videogames, comparado apenas com o tema de Mario e Sonic. A música tocada nas dungeons, apesar de repetitiva, reproduz um sentimento melancólico e de solidão como poucas melodias, inclusive atuais. Efeitos sonoros quando se encontra itens ou ataca inimigos se tornaram clássicos na série e hoje fazem parte do universo gamer em geral.


em algumas partes, o jogo lembra algo em sidescroll devido à tela
ao lado, uma passagem secreta escondida no meio dos inimigos...

O primeiro Zelda é isso. É um jogo simples, mas muito bem focado no seu papel: exploração. Acho que não existe palavra melhor para defini-lo, principalmente nesse primeiro game. Como sempre gostei do estilo, tendo jogado à exaustão Golvellius, Golden Axe Warrior, StarTropics e tantos outros mais atuais, talvez eu dê uma chance ao querido Zelda do Nintendinho. Mas isso só quando eu tiver tempo suficiente pra me enfiar em Hyrule e desbravar cada cantinho desse enorme mapa. Ou radar, como queiram.

Resumão:
+ o sentimento de explorador extrapola os sentidos;
+ visual muito bacana, principalmente pra um jogo relativamente velhinho;
+ sons e músicas épicos;
- faltou um mapa, se perder fica fácil, além de ser enjoativo passar pelos mesmos lugares várias vezes;
- a falta de objetividade ou linearidade. Sério, nunca imaginei que um jogo como Zelda fosse te jogar na cara um mapa enorme, sem bússula e berrar na tua orelha: se vira, malandrão;

Final Score: 8.0

Viewing all articles
Browse latest Browse all 151

Trending Articles