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Adventures of Lomax (Playstation)

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Dois dos estilos de jogos que eu mais gosto são plataformas e RPGs, mais especificamente os RPGs japoneses, em turno, com os tradicionais vilarejos, personagens esteriotipados como o cavaleiro, o mago, a rainha, etc, além de magias e muito grind. Enfim, o game de hoje é um dos raros jogos de plataforma 2D lançados para o PS1. Digo raro porque, pra um console que chegou mostrando ao mundo como se fazer um mundo 3D naquela época, lançar algo bom e bonito em 2D era, além de ousado, uma raridade!

Pois Adventures of Lomax remou contra tudo que a ideologia do PS1 pregava e mostrou ao mundo que os games 2D não estavam mortos, muito pelo contrário. Não fez muito sucesso (mesmo saindo até pra Windows), é verdade (o 3D era tão novidade que jogos 2D passavam sem quase ninguém notar), mas deixou sua marca como um dos mais belos jogos da vasta biblioteca do console.


Pra quem é jogador das antigas, ao ver a intro ou começar a jogar vai notar alguma semelhança com o clássico Lemmings, aquela espécie de simulador onde o objetivo era fazer a maioria dos bonequinhos de cabelos verdes chegarem vivos até a saída da fase. Lomax é mais ou menos um side-story de Lemmings, apresentando um novo estilo de jogo mas mantendo algumas coisas do original também.



Lomax tem a missão de salvar os Lemmings, que foram capturados e transformados em monstros por um ser maléfico. Cada inimigo derrotado faz com que um dos seres seja libertado, o que, no final das contas, não serve pra muita coisa, à não ser que tal inimigo solte algum item ao morrer. Além disso, existe um Lemming especial que dá boas dicas durante o jogo, as quais vão desde ensinar alguns macetes até como funcionam alguns itens e habilidades.


o visual dessa fase, em contraste com a água desenhada à mão, é algo realmente único

Falando nelas, não apenas os Lemmings estão presentes no jogo, mas algumas de suas habilidades clássicas também fazem parte do gameplay. Conforme o jogador avança, habilidades como criar pontes com pedaços de madeira e escavar paredes podem ser encontradas, o que são de extrema utilidade em alguns pontos. Como são contadas, muitas vezes é preciso saber usar nos lugares corretos, o que acaba limitando um pouco a exploração livre do cenário. A falta de itens colecionáveis também contribui pra isso, mesmo que passe meio despercebido.

Sobre itens, além das habilidades, moedas estão por todos os cantos, saindo de vasos ou pulando de inimigos e sacos pendurados. À cada 100 delas, uma vida é conseguida, obrigando o jogador a pegar quantas puder. Outro item bacana é o capacete, uma espécie de ponto de energia para Lomax. Sim, Lomax morre ao menor contato com inimigos, fazendo do capacete um item crucial em alguns momentos. 

Além de um ponto extra de energia, o capacete também permite que Lomax ataque os inimigos à distância, dispensando o tradicional rodopio próximo à eles. Lomax pode acumular até dois deles, à partir disso os capacetes vão somando 20 pontos no marcador central, quando se chega ao 100 a fase bônus é liberada no final do estágio. À parte do capacete normal, podemos achar ainda o capacete voador (que faz Lomax planar por alguns segundos), o capacete de fogo (ataque mais forte) e o capacete que estica, usado para alcançar algumas plataformas com ganchos.


a primeira imagem mostra Lomax usando a habilidade lemming de criar plataformas
ao lado, nessa fase (e em algumas outras), dá pra seguir pro fundo da tela e voltar, num interessante efeito de zoom-in/out

Sob o aspecto técnico, Adventures of Lomax é um jogo MUITO bonito. Mas muito bonito MESMO! Tanto Lomax como inimigos e cenários são super animados, com cores vivas e muito bem desenhados. É raro achar um game com uma movimentação tão bacana do personagem principal, experimentem notar quando ele corre ou sobe por cipós, os produtores manjaram muito no visual do game. Eu diria que ele pode ser comparado ao Rayman, também pra PS1.



Os cenários variam pouco no começo, cheio de casinhas, jardins, florestas e alguns efeitos de zoom-in/out bem aplicados. Mas, ao chegar no segundo mundo, a coisa muda abruptamente, saindo do cenário típico medieval para um cemitério cheio de zumbis, com direito à lua cheia no fundo, ventos que fazem a grama balançar e até mesmo árvores soltar as folhas. Sinceramente, é um dos melhores conceitos visuais que eu já vi num game de plataforma, principalmente se considerarmos a época e o console (o PS1 não tinha muita memória para jogos 2D, diferente do Saturn com seu tradicional cartucho de expansão).


o capacete que estica e uma etapa onde é preciso pular de bolha em bolha...

O som do jogo é outro deslumbre, desde músicas até efeitos sonoros. Lomax lembra muito um personagem de desenho animado, pois cada ato seu é seguido de alguma onomatopéia sonora, como quando ele se abaixa, freia depois de uma correria ou salta. Os inimigos também acompanham esse esquema, dando um charme único ao jogo. As músicas são bem compostas, não enjoam e até empolgam em alguns momentos.


a fase bônus e o belo mundo do cemitério

Se eu for citar algo negativo, eu diria que os controles são meio duros no começo. Lomax escorrega bastante e isso acaba prejudicando em partes onde os saltos necessitam de precisão, como nas fases finais do primeiro mundo, onde cair na água significa morte. Além disso, ao usar o capacete como arma, o personagem dá um salto, o que é fatal se estiver em alguma plataforma móvel. São coisas pequenas, mas que poderiam ter sido evitadas pelos programadores. Claro que, após horas de jogo, o jogador acaba se acostumando com esses defeitos.


Lomax usando a habilidade cavar e enfrentando caveiras em pleno mar

Em resumo, Adventures of Lomax é um jogo muito bonito e gostoso de se jogar. O game não foca muito em exploração (o que é um pecado em um jogo com esse visual), mas faz o arroz com feijão dos jogos de plataforma com honras. Tem uma boa variedade de ataques, de habilidades e um visual realmente único, além de ser bastante longo.



Resumão:
+ o visual, sem dúvidas;
+ o som em geral;
+ fases, muitas fases;
- o controle do personagem;
- muito linear, poucas opções para explorar o cenário;

Final Score: 8.0

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